sábado, 6 de outubro de 2012

"A óTiCa De Um ShApEr" - Surf Trip Indonésia 2012.


Por: Ruclécio Lucena - Pro Hand-Shaper Intrust Surf Board.


Ruclecio em G`land foto: David Tinson

Os dois primeiros dias em Bali Indonésia foi monitorando um swell mediano que entraria em G Land. Antes de partirmos surfamos 4 a 5 pés em Uluwato,  keramas , já Pandang Pandang estava bem pequeno porém divertido, pois mesmo pequeno havia tubos, Na noite do segundo dia decidimos ir para G land.


Ruclecio em G`land foto: David Tinson

Terceiro dia de viagem, uma van nos apanhou na pousada em Bali as 5:00h da manhã, fomos até onde sai o barco para nos levar até G Land em Grajagan bay, east java, com aproximadamente 2:30h de barco chegamos a nossa ilha da fantasia.G Land vista do barco vinha como a realização de um sonho. Pegar tubos longos e perfeitos  em águas límpidas no outro lado do globo. Para nós saindo de Recife destino Bali a viagem durou 43h via Dubai-EA.



Ruclecio em G`land foto: David Tinson

Ao chegarmos no surf camp nos sentimos em casa com a quantidade de brasileiros hospedados nos três surf camp deste lado preservado da ilha. Podemos  ver macacos de espécimes diferentes, viados, javalis e uma espécie de iguana que me impressionou bastante pelo tamanho e sua forma primitiva, todos selvagens, alguns perigosos.



Bruno Macedo G-Land - foto: Arq. pessoal

Os dois primeiros dias em G Land o swell  estava fraco como Hugo Monfort Pernambucano que reside em Bali nos alertou, porém a diversão era garantida. No terceiro dia o mar subiu creio em torno de 6 a 7 pés, o surf ficou pesado, os tubos mais ocos, vi também boas manobras de diversos surfistas, de diversas nacionalidades, algumas técnicas de drop e tubo que certamente me serão uteis nas próximas viagens.

 
Ruclecio em G`land foto: David Tinson

Já no quarto dia diminuiu  para 5 pés, neste dia a direção estava melhor e todos nos divertimos,  vi o Bruno Macedo dropar uma onda de série em meio a um crowd pesado,  foi um dia proveitoso apesar da queda do swell, quinto e ultimo dia em G land o mar estava glass com 4 a 5 pés de formação memorável, era o fim de uma jornada de boas lembranças. Agora é se preparar para Desert que aparenta ser uma das boas indicações de Hugo Monfort daqui a dois dias.


Ruclecio em Bingin foto: Chocky

Em G Land encontramos alguns pernambucanos, um deles Fred Santos e um catarinense chamado Caio Capela, os dois estavam com a mesma intenção que era o swell de Desert. Chegamos em Desert a noite, as acomodações ainda precárias me fez lembrar de um amigo pernambucano chamado o Bruno “pig” que me alertava para não levar minha esposa, apesar de dizer que a mesma era uma guerreira.


Ruclecio fechadeira em Uluwatu - foto: Dodo.

Dia seguinte o swell entrou em tamanho mas sem a direção adequada, vimos ondas lindas, mas as de serie raramente dava para entubar, vi em alguns momentos os locais entubarem descendo da segunda session, tentamos surfar as de série para conectar com esta session, porém as de serie entravam fora e quando chegávamos na bancada não rodava, após dois dias de surf em Desert vimos que o swell cairia. Partimos para conhecer Ekas em Cuta Lombok, aproximadamente duas horas de carro, lá nos estalamos em acomodações confortáveis e limpas, dia seguinte alugamos um barco para ir até Ekas uma esquerda que segundo Hugo e Caio era muito boa em um bom swell, surfamos sozinhos por um bom tempo, vimos um potencial desta onda apesar de estar com três pés e bem gorda, é uma onda forte e longa bem divertida, decidimos volta para Bali, agora desistindo de Nias que se tornara arriscado por conta da distancia e logística para chegar nesta, pois perderíamos dois dias viajando, um de inda e o outro de volta nos restando três dias para surfar, com a aproximação do nosso retorno ao Brasil era claro o risco que corríamos.

Nias merece uma atenção maior, resolvemos surfar os inúmeros picos de surf da região de Bali. Porém as ondas ficaram abaixo do esperado com Impósibol uma esquerda longa e Bingin uma onda rasa e bastante oca mesmo sem swell. Assim nos despedimos desta maratona, pois o swell não mais nos agraciaria com ondas memoráveis.

Apesar de não ter pego ondas como queria, sinto-me sorteado e enriquecido com a experiência desta viagem, como surfista e como shaper principalmente.



quinta-feira, 24 de maio de 2012

"A óTiCa De Um ShApEr" - O Swell Fantasma.

Ruclecio Lucena praia Penascal - foto: Gizele.

Aguardávamos um swell , que acreditava passar dos 18 pés, desta  vez como nunca tinha acontecido errei na previsão para pico alto, Ricardo amassado observou que eu estava muito decepcionado e me falou “estas previsões são das boias, as vezes o swell não chega na praia, já aconteceu muito em jaws”, meu amigo  Luizito me falou que nos últimos 2 meses aconteceu o mesmo problema 4 vezes, e falou“ ES raro isto non”, isto foi bem confortante, resolvemos surfar em Penascal que fica próximo ao surf camp do luisfer, apesar de termos feito um bom surf passei por uma situação desconfortável, que foi , após uma serie de 6 ondas fui jogado de volta para as pedras, porém tive sorte e nada me aconteceu, no mar Luizito sempre que estávamos “solo” no pico fazia um sinal como enxugar lagrimas de sua face por não esta onde queríamos, vejo nele a mesma fascinação que tenho por pico alto, mas nada como um bom dia de surf com amigos para alimentar o bem estar.


Luizito Gomez de La Torre praia Penascal - foto: Gizele.


Tom Pol praia Penascal foto: Gizele.


Bruno Robles Pakasmayu - foto arquivo pessoal.

Dias anteriores a esta data o Bruno Rubles que mora na pipa, surfou Pakasmayu  com ondas memoráveis, e nos prestigiou com suas fotos, ele está na estrada a 8 meses, iniciando sua jornada na praia da Pipa-rn passando nos países: Uruguai, Argentina, Chile chegando ao Peru, para daqui retornar a Pipa, em sua companhia sua esposa Jade e seus filhos: Antônio  que surfou Cabaleiros com destreza, e a simpática Angelina de 3 anos.


Bruno Robles Pakasmayu - foto arquivo pessoal.


Antônio Robles praia Cabaleiros - foto: Gizele.Ruclecio Lucena praia Penascal - foto: Gizele.


sábado, 12 de maio de 2012

"A óTiCa De Um ShApEr" - Pico Alto, dia seguinte ao swell de 17 pés


Por: Ruclecio lucena.

Ruclecio, numa Bomba cruzando Pico Alto - foto: Gizele

Dia seguinte ao swell de 17 pés, estava me sentindo como um atropelado por um carro, o corpo dolorido e muito desgastado apesar de nem um trem branco (ondas) ter judiado, sentia que deveria relaxar apesar de Pico Alto continuar com séries de 12 para 14 pés, os TOW’s continuavam desenhando com agressividade aquelas linhas perfeitas e tão perigosas, pois o tamanho das ondas ali não é o mais relevante e sim a força desta onda, o big rider’s como Marcos Monteiro que me relatara pessoalmente de momentos de terror que passara ali em um swell que pegamos juntos, entre outros como o Eduardo “pato” texeira  que afirmara em sua pagina da revista fluir no mês de setembro 2011 “Pico Alto é sem duvida  a maior onda da America latina, e uma das mais perigosas do mundo, devido a força e o tempo que se passa abaixo d’água ao cair” , passando pelos relatos de M. Fool , J. Steleng entre outros com experiências quase mortais em Pico Alto. Quando se surfar em ondas como estas que são poucas no mundo, devem-se antes de tudo respeitar a força da natureza e está preparado físico e psicologicamente para eventualidades que sempre ocorrem.


 Peruanos na remada em Pico Alto - foto: Gizele.

 Dia 5 de maio de 2012, o big rider Sandro bola me falou que luisfer e luisito Gomes de La Torre iriam para Pico Alto, me chamou para irmos de TOW IN, porem acreditava que estava abaixo dos 12 pés, nesta condição prefiro na remada, fui com Gizele e a minha 9 pés que é adequada para os dias medianos, ou seja até 15 pés, passando disto prefiro TOW IN devido a segurança do resgate com Jet, mesmo sabendo que ao cair não há diferenças, o perigo é o mesmo , ao chegar na praia falei “olha Gi, como esta lindo o mar hoje” a Gizele me respondeu com um ar preocupado “ não esta menos de 12 pés como achas, esta grande, cuidado” o coração neste momento bateu forte e pensei, será que estou tão apaixonado por esta onda que não vi o real, uma preocupação que me acompanhou até descer a primeira onda, antes disso na entrada encontrei o Luisfer e Adriano que logo me oferecem carona até o out side a 1 km da beira em seus jet’s,  o dia estava sendo maravilhoso, estava tão a vontade que surfava cruzando as ondas de Pico Alto de forma quase irresponsável, o mar realmente estava acima de 14 pés fazendo sentido a preocupação da minha esposa, após 1h hora de pura diversão o mar subiu e o pico já tinha 14 peruando surfando na remada, eu o único brasileiro me sentia bem pois o respeito foi  recíproco a ponto de apontarem algumas ondas mais adentro  para eu descer, estava feliz, pois algumas vezes surfei sozinho nesta onda que atormenta tantos, mas é capaz de alucinar qualquer um.


Ruclecio pronto pra descida na morra - Pico Alto - foto: Gizele.

Em um determinado momento houve uma calmaria passando mais 15 minutos sem onda, de repente um peruano rema como se para vida e os outros todo o seguem sem ter a certeza do que se tratava, em seguida primeiro um som estrondescedor  e pouco segundos depois a imagem que ninguém que ver, uma onda rompendo certo a barreira dos 17 pés explode a nossa frente , varre todos sem exceção,  todos remaram para frente eu remei para o lado pensando nas pranchas que poderiam bater em mim pois o único com prancha menor que 10 pés era eu, pensei certamente vão esta a frente quando o bicho pegar pois suas remadas serão melhores devido ao tamanho e flutuação de suas pranchas, uma decisão acertada, vi uma cena bizarra, na minha frente 6 pessoas largaram suas pranchas e mergulharam, antes de largar a minha subi sobre a prancha para pular na água e afundar o máximo possível , neste momento um pedaço de uma prancha 10 pés passou voando, pulei e depois de um bom tempo embaixo d’água escalei pela cordinha, ao chegar na flor d’água havia outra onda menor creio com 14 pés, mas judiou de todos, ao sobir novamente pela cordinha percebi  duas pranchas de aproximadamente 10 pés toradas do meu lado e mas abaixo um paruando desesperado que torou a corda e ficara no liquidificador, pensei em auxilia-lo mas dois peruando já o resgatava, após esta experiência ficaram 6 peruanos e eu no out Sid, agora sobrando onda apesar de um clima tenso, pois poderia vir outra desta onda,  seguimos por mais trinta minutos de boas ondas  até o vento entrar, ao sair encontrei o Adriano bola em seu Jet com um peruano procurando a sua 10 pés  da cordinha que partiu, sem êxito, soube que a corrente pode levar esta prancha para mar aberto, a noite na pousada fui informado que 4 pranchas saíram partidas neste momento que narrei, um dia como o mestre Luisfer diz “mediano” pois já viu estas ondas dobrarem de tamanho varias vezes, para mim memorável e enriquecedor, pois onde moro não tenho como viver estas experiências.